Filosofia

Fotografia #05

Cada um de nós pode observar que uma imagem, uma escultura e principalmente um edifício são mais facilmente visíveis na fotografia que na realidade. A tentação é grande de atribuir a responsabilidade por esse fenômeno à decadência do gosto artístico ou ao fracasso dos nossos contemporâneos. porém somos forçados a reconhecer que a concepção das grandes obras se modificou simultaneamente com o aperfeiçoamento das técnicas de reprodução.

BENJAMIN, Walter. Pequena História da Fotografia IN Magia e Técnica, Arte e Política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras Escolhidas. São Paulo: editora Brasiliense, 1993. Pg. 104

Fotografia #04

Já se disse que ‘o analfabeto do futuro não será quem não sabe escrever, e sim quem não sabe fotografar’. Mas um fotógrafo que não sabe ler suas próprias imagens não é pior que um analfabeto?

BENJAMIN, Walter. Pequena História da Fotografia IN Magia e Técnica, Arte e Política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras Escolhidas, volume II. São Paulo: editora Brasiliense, 1993. Pg. 107

Fotografia #03

Eu gostaria de propor uma hipótese um tanto inusitada, que se refere de maneira ampla às relações entre fotografia e memória. A fotografia, embora constitua um vestígio real de alguma coisa que realmente existiu, não pode ser vista como imagem exata dessa coisa. (…) Seu modo de existência seria, portanto, assimilável ao da ilusão.

REVISTA IMAGENS. Editora da Unicamp. Número 3, dezembro de 1994. Pg. 103

Fotografia #02

“(…) apreender, deste modo, o fotográfico como uma categoria que não se limitaria aos únicos objetos-imagens, entender o fotográfico como uma definição possível de uma maneira de ser no mundo, como um estado do olhar e do pensamento”.

{Philippe Dubois}
[Le Regard Photographique de Roland Barthes, Paris, junho de 1992, pp 67-70]

Fotografia #01

(…) um aparelho que podia rapidamente gerar uma imagem do mundo visível, com um aspecto tão vivo e tão verídico como a própria natureza. (…) As pessoas não ousavam a princípio olhar por muito tempo as imagens por ele produzidas. A nitidez das fisionomias assustava, e tinha-se a impressão de que os pequenos rostos humanos que apareciam na imagem eram capazes de ver-nos, tão surpreendente era para todos a nitidez insólita dos primeiros daguerreótipos”.

BENJAMIN, Walter. Pequena História da Fotografia IN Magia e Técnica, Arte e Política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras Escolhidas, volume II. São Paulo: editora Brasiliense, 1993. Pg. 95

Entre as coisas…

Entre as coisas que podem levar um pensador ao desespero está o conhecimento de que o ilógico é necessário para o homem e de que do ilógico nasce muita coisa boa.
(…) Apenas os homens muito ingênuos podem acreditar que a natureza humana possa ser transformada em uma natureza puramente lógica; mas se houvesse graus de aproximação dessa meta, o que não se haveria de perder nesse caminho! Mesmo o homem mais racional precisa, de tempo em tempo, novamente da natureza, isto é, de sua ilógica relação fundamental com todas as coisas

{NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Humano, Demasiado Humano: um Livro para Espíritos Livres. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. p.38}

I Can See You

“Por que, Mr. Anderson? Por que, por quê? Por que faz isso? Por que se levantar? Por que continuar lutando? Acredita que está lutando por algo mais do que sua sobrevivência? Pode me dizer o quê? Será que sabe? Será por liberdade? Verdade? Talvez paz! Será que é por amor? Ilusões, Mr. Anderson.
Defeitos da percepção. Criações temporárias de um fraco intelecto humano tentando justificar uma existência sem sentido ou meta.
E todas elas são tão artificiais quanto à própria Matrix, embora só a mente humana pudesse criar algo tão insosso quanto o amor.”

{Matrix Revolutions}

Descartes: Prova da Existência de Deus

1ª Prova a priori pela simples consideração da ideia de ser perfeito

      ”Dado que, no nosso conceito de Deus, está contida a existência, é correctamente que se conclui que Deus existe.
      Considerando, portanto, entre as diversas ideias que uma é a do ente sumamente inteligente, sumamente potente e sumamente perfeito, a qual é, de longe, a principal de todas, reconhecemos nela a existência, não apenas como possível e contingente, como acontece nas ideias de todas as outras coisas que percepcionamos distintamente, mas como totalmente necessária e eterna. E, da mesma forma que, por exemplo, percebemos que na ideia de triângulo está necessariamente contido que os seus três ângulos iguais são iguais a dois ângulos rectos, assim, pela simples percepção de que a existência necessária e eterna está contida na ideia do ser sumamente perfeito, devemos concluir sem ambiguidade que o ente sumamente perfeito existe.”

{ Descartes, Princípios da Filosofia, I Parte, p. 61-62. }


2ª Prova a posteriori pela causalidade das ideias

      ”Assim, dado que temos em nós a ideia de Deus ou do ser supremo, com razão podemos examinar a causa por que a temos; e encontraremos nela tanta imensidade que por isso nos certificamos absolutamente de que ela só pode ter sido posta em nós por um ser em que exista efetivamente a plenitude de todas as perfeições, ou seja, por um Deus realmente existente. Com efeito, pela luz natural é evidente não só que do nada nada se faz, mas também que não se produz o que é mais perfeito pelo que é menos perfeito, como causa eficiente e total; e, ainda, que não pode haver em nós a ideia ou imagem de alguma coisa da qual não exista algures, seja em nós, seja fora de nós, algum arquétipo que contenha a coisa e todas as suas perfeições. E porque de modo nenhum encontramos em nós aquelas supremas perfeições cuja ideia possuímos, disso concluímos correctamente que elas existem, ou certamente existiram alguma vez, em algum ser diferente de nós, a saber, em Deus; do que se segue com total evidência que elas ainda existem.”

{ Descartes, Princípios da Filosofia, I Parte, p. 64 }.


3ª Prova a posteriori baseada na contingência do espírito

      ”Se tivesse poder para me conservar a mim mesmo, tanto mais poder teria para me dar as perfeições que me faltam; pois elas são apenas atributos da substância, e eu sou substância. Mas não tenho poder para dar a mim mesmo estas perfeições; se o tivesse, já as possuiria. Por conseguinte, não tenho poder para me conservar a mim mesmo.
      Assim, não posso existir, a não ser que seja conservado enquanto existo, seja por mim próprio, se tivesse poder para tal, seja por outro que o possui. Ora, eu existo, e contudo não possuo poder para me conservar a mim próprio, como já foi provado. Logo, sou conservado por outro.

      Além disso, aquele pelo qual sou conservado possui formal e eminentemente tudo aquilo que em mim existe. Mas em mim existe a percepção de muitas perfeições que me faltam, ao mesmo tempo que tenho a percepção da ideia de Deus. Logo, também nele, que me conserva, existe percepção das mesmas perfeições.

      Assim, ele próprio não pode ter percepção de algumas perfeições que lhe faltem, ou que não possua formal ou eminentemente. Como, porém, tem o poder para me conservar, como foi dito, muito mais poder terá para as dar a si mesmo, se lhe faltassem. Tem pois a percepção de todas aquelas que me faltam e que concebo poderem só existir em Deus, como foi provado. Portanto, possui-as formal e eminentemente, e assim é Deus.”

{ Descartes, Oeuvres, VII, pp. 166-169. }

Filosofia Urgente

      Imagine viver um mundo onde não há pensamentos. Imagine viver em um mundo onde não existam novas propostas nem análise das antigas. Parece-nos impossível vislumbrar tal situação. Como viver sem refletir? Como se relacionar sem ponderar todas as coisas?

      Vivemos daquilo que pensamos. Somos exatamente aquilo que pensamos ser. O mundo é tal qual o concebemos. Reagimos às situações de acordo com nossas “cargas” culturais e sociais, porém necessitamos de conhecer mais sobre tudo o que nos cerca. É através do verdadeiro conhecimento que podemos ter uma cosmologia cada vez mais diferenciada.

      Como achar o caminho da felicidade? Como encontrar um caminho que nos faça viver em melhores condições? Quais os princípios a serem seguidos? Onde buscá-los. Filósofos antigos já buscavam respostas para perguntas semelhantes. Em seus discursos Sócrates já atentava para o cuidado com a alma, ou seja, o homem deve pensar em coisas mais sublimes, buscando o bem da sociedade, saindo da mesmice e ampliando seu horizonte. A maioria das pessoas, porém vive do senso comum. Não se questiona profundamente sobre a razão das coisas e se acostuma a viver de maneira linear.
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