Todos os dias acompanhamos na televisão, nos jornais e revistas as catástrofes climáticas e as mudanças que estão ocorrendo, rapidamente, no clima mundial. Nunca se viram mudanças tão rápidas e com efeitos devastadores como têm ocorrido nos últimos anos.
        Há alguns dias nos encontrávamos em uma situação desoladora. As fortes chuvas atingiram várias regiões do Brasil, como Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. A princípio nos lembremos das chuvas que atingiram Santa Catarina. Muitas famílias perderam seus familiares, amigos e propriedades. A chuva não deu trégua e se arrastou por vários dias, provocando alagamentos e deslizamentos de terra.

        Após alguns meses, parece que voltamos ao passado. A chuva volta a cair em São Paulo e revemos as mesmas coisas: pessoas desabrigadas e abatidas pela consequência de alagamentos. E isto se prolongou por vários dias.
        Mas o mal tempo não da trégua e volta a cair, agora, sobre o Rio de Janeiro. Assim como nas outras regiões, o Rio sofre com as enchentes e muitos deslizamentos de terra. Percebemos que, além desses fenômenos, há dias em que o calor é muito forte. E não é somente aqui que observamos as altas temperaturas; os cientistas também têm observado as calotas polares que estão derretendo, devido às altas temperaturas que assolam o planeta. Podemos nos perguntar: o que causa esses fenômenos e as mudanças na atmosfera? A filosofia nos leva para o princípio da razão suficiente, no qual encontramos, talvez, uma explicação para esses fatos.
        O princípio da razão, segundo a filósofa Marilena Chauí, afirma que tudo o que acontece tem uma razão (causa ou motivo) que pode ser conhecida pela nossa razão. Será que o aquecimento global é a resposta para estes fenômenos? Sim. Segundo o princípio da razão suficiente a causa ou motivo de todos esses fenômenos é o excesso de calor que está causando a instabilidade no tempo, pois quase não percebemos as mudanças de estação. Pesquisadores afirmam que o aquecimento global está ocorrendo em função do aumento da emissão de gases poluentes, principalmente, derivados da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, etc), na atmosfera. Estes gases (ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono) formam uma camada de poluentes, de difícil dispersão, causando o famoso efeito estufa. O fenômeno ocorre, pois os gases absorvem grande parte da radiação infravermelha emitida pela Terra, dificultando a dispersão do calor.
        O desmatamento e a queimada de florestas e matas também colaboram para o processo. Os raios do Sol atingem o solo e irradiam calor na atmosfera. Como a camada de poluentes dificulta a dispersão do calor, o resultado é o aumento da temperatura global. Embora este fenômeno ocorra de forma mais evidente nas grandes cidades, já se verificam suas consequências em nível global.
        O princípio da razão suficiente costuma ser chamado de princípio da causalidade para indicar que a razão afirma a existência de relações ou conexões internas entre as coisas, entre fatos, ou entre ações e acontecimentos. Podemos concluir que os efeitos do aquecimento global têm uma causa ou motivo para existir e, esse motivo é o excesso de poluente que as grandes cidades e países lançam no ar.


Leonardo de Souza
Terceiro Período de Filosofia
Seminarista (Propedêutico)