Beckett
Pois é! Na falta temporária da nossa amiga Sueli, coube a mim a tarefa de relatar um pouco sobre a conferência “Beckett e a desintegração da linguagem” apresentada pelo Prof. Dr. Lauro Baldini nesse terceiro dia da III Jornada de Filosofia da Faculdade Católica de Pouso Alegre.
Difícil falar sobre alguém que, categoricamente, afirma não ter nada a dizer. Assim se declara Samuel Beckett.
Mas, como este homem extremamente versátil, que produziu romances, peças, programas de rádio, contos, novelas e até um filme, pode ser associado à desintegração da linguagem? Apesar de não acreditar na palavra, escreveu incessantemente e, com a sua literatura da “des-palavra”, ganhou o prêmio Nobel de Literatura em 1969. Acha paradoxal?
Pois então leia a trilogia romanesca de Beckett: “Molloy”, “Malone Morre” e “O Inominável”. Ele garante serem correlatas entre si. Talvez o que as une (e isso são considerações minhas) seja a ordem decrescente das mesmas em relação aos elementos. Na primeira, dois personagens. Na segunda, apenas um. Na terceira, o inominável. Não existem tramas, cenários, enredos, heróis… nada. Essa é a palavra: NADA! Beckett gira ao redor do nada de forma tão magistral que, não raro, nós, leitores, nos vemos no centro de suas obras.
Mais uma vez paradoxal? Claro! O quê você espera de um homem que diz:
“Não tenho nada a dizer, mas somente eu sei como dizer isto.”
Palavras de Beckett…
Escrito por: Ana Flavia – 2º Período de Filosofia
há 16 anos atrás
Certa vez li uma frase “nunca ninguém leu verdadeiramente sem ter lido Beckett” achei no instante uma pretensão… Mas a curiosidade sempre é mais forte… Então li “Esperando Godot” e Junto com Vladimir, Estragon, Pozzo, Lucky e Um garoto tive que dar a razão a frase.
No fim da leitura, um copo d´agua, pois encontrei aridez em forma de palavra, mas que só ele sabe fazer…
E tu está se saindo muito bem viu dona moça (=
há 16 anos atrás
Ana Flavia
Depois de um dia inteirinho e parte da noite sem internet, voltei. Literalmente voltei.
Depois de ler sua missão que tão bem cumpriu, só posso agradecer e suplicar para que esteja sempre por aqui nos presenteando com seus comentários enriquecedores.
Saiba que fiquei pensando na ordem decrescente da trilogia romanesca de Beckett e claro! Uma super curiosidade para lê-lo.
Hoje o OBRIGADO é para você, ANA FLAVIA
há 16 anos atrás
:P
há 16 anos atrás
Amiga filósofa, passei por aqui para dizer que amei seu texto!!! Bj