Na realidade

       Na realidade, não se pode fixar de uma vez por todas um sistema fechado de leis dialéticas à maneira das formas lógicas de Aristóteles ou de Santo Tomás, das categorias de Kant ou da lógica de Hegel. O método e os princípios do marxismo exigem que se estudem as leis da dialética, não como as normas imutáveis de uma razão absoluta, mas como um balanço, para cada grande período histórico, das vitórias da racionalidade.
       A dialética não é nem uma razão constituinte transcendente à história que ela informa, nem ma razão constituída, esclerosada e coagulada numa etapa de seu desenvolvimento, nem uma simples hipótese de trabalho que se abandona do mesmo modo como foi escolhida, simplesmente por sua comodidade, as sim o produto de uma epigênese” histórica: cada etapa de seu desenvolvimento consolida o adquirido no omento mesmo em que é superado.
       É o arcabouço de uma história que se está fazendo.


R. Garaudy, Perspectivas do homem
3. ed, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1968, p. 297.

  • #1 escrito por Roberto
    há 13 anos atrás

    Este texto é muito interessante, pois o autor mostra como a dialética é algo vivo, algo que nunca pára. Está sempre em transformação. É uma interessante ilustração do que é o movimento dialético, o devir.