Neste texto tivemos a intensão de fazer um apanhado sutil das idéias filosóficas de valores como caráter, decisão, liberdade, espontaneidade, o qual define bem o que se chama “Homo Volens” Homem de Vontade.

      Distingui-se o homem do animal irracional na sua percepção, pois no homem existe certamente um apetite sensitivo, um conhecimento intelectivo, universal, abstrato. Ele sabe o que é o pão, a carne, o vinho e tem inclinações relativas a esses objetos, mas também conhece a glória, a virtude, a bondade, a coragem, a felicidade, e por isso além de apetite sensitivo é dotado também e especificamente de apetite intelectivo o qual denominamos “vontade”. Humanidade, mundanidade, volubilidade, alienação, conformismo, transcendência e liberdade, são propriedades fundamentais para a verdadeira natureza da vontade humana, sendo a liberdade particularmente a mais importante.

      Definimos liberdade como ausência de constrangimento tanto físico, moral, psicológica, política e social, sendo a psicológica a senhora soberana sobre as situações determinantes do poder de decidir por si mesmo.

      Dentro da filosofia grega a liberdade é um problema de difícil compreensão, não conseguindo, porém uma investigação satisfatória.

      Segundo J. P. Sartre o homem está condenado a ser livre, cabe a ele a escolha, e mesmo não escolhendo ainda assim escolheu. Já Santo Tomas diz que o ato livre se desenvolve de três momentos: deliberação, juízo e eleição, escolher ou eleger cabe a razão e ao intelecto, ambos com a finalidade do bem concreto alicerçada na vontade.

      A realidade afetiva torna o entendimento da paixão, de acordo com os filósofos, uma importante área de interesse maior que a do conhecer, do querer, do falar e do trabalhar, uma mistura de potencia, prazer, coragem, angustia, realização, desespero, medo, esperança, audácia, ira, enfim termos que levaríamos páginas citando, a afetividade tem importância capital que concerne o ser em si mesmo. É preciso reconhecer que a influência da parte afetiva sobre o homem é real e profunda e essa forte pressão afetiva permanece livre e soberana, a vontade é um sinal evidente de liberdade ligada ao intelecto.

      Depois de estudada a paixão, os filósofos estão em acordo quando se trata do amor. Na realidade da liberdade, paixão e amor o homem tem seu papel fundido em transcender cada ato imposto, alienado de si mesmo. Amar e desejar possuir a bela aparência como realidade absoluta é o amor sexual, terreno, inferior que perde a alma, o amor puro não ama o que morre, mas o que é eterno, já dizia Platão.

      Aristóteles dizia que é o amor que move a matéria e todas as coisas deste mundo em direção a seu objetivo final, Deus. Aristóteles da a amizade o primeiro lugar entre as virtudes morais, diz que ela não é nada senão o amor desinteressado de outra pessoa.

      O homem está diretamente voltado para o ato de amar o que não foge da dimensão fundamental da natureza humana, diríamos que o amor é a mola que move cada ação, um consenso comum de idéias e visões, que o amor sendo um sentimento primário, possui um dinamismo instintivo e sendo um homem dotado também de razão e liberdade, pode ele, controlá-lo e exercê-lo livremente. Dotado de liberdade, paixão e amor o homem se torna um ser completo, capaz de identificar e colocar em prática as teorias mais sublimes desses atos, pensante ele se torna executante e consequentemente feliz.


Francineli T. Reyes
Primeiro Período de Filosofia