Artigos com o marcador III Jornada de Filosofia
Diario de Bordo – 01
30/09/08
Aqui você ira encontrar um relado de um aluno, linha a linha, minuto a minuto, algumas observações pessoais, alguns olhares, um palpite aqui, uma opinião ali e claro com uma boa pitada de humor, mas tudo muito formal.
Primeiro dia…
30/09/08
“Cada coisa tem um instante em que ela É”
- Clarice Lispector
Foi assim o primeiro dia da III Jornada de Filosofia da Faculdade Católica de Pouso Alegre, com o tema Filosofia e Literatura. Na abertura contamos com a Participação do Coral do Seminário Arquidiocesano de Pouso Alegre, e a palestrante convidada Profª. Dra. Olga de Sá (FATEA – Lorena-SP)que nos proporcionaram este instante.
“Todos os dias devíamos ouvir um pouco de música, ler uma boa poesia, ver um quadro bonito e, se possível, dizer algumas palavras sensatas”_Goethe
Para quê Filosofia? Para quê Literatura?Com estas duas perguntas a Dra.Olga nos conduziu de Sócrates, “Sei que nada sei”, a massa de uma barata esmagada pela cintura, livro A Paixão Segundo G.H. – Clarice Lispector.
“Poesia e Filosofia dialogam com o contexto, não há razão para excluir qualquer grupo social da Filosofia e é fazendo o caminho com o sensibilizar, problematizar e posteriormente a conceituação, com as questões da vida”
A Linguagem Filosófica. A Linguagem Literária. Não ler é estar em uma gaiola sem possibilidade de erguer “as antenas”.
Obrigado Profª. Dra. Olga de Sá
Escrito por: Sueli da Silva Pareto
2º Período de Filosofia
Profª. Dra. Olga de Sá
29/09/08
Olga de Sá possui graduação em Letras Clássicas pelo Instituto Sedes Sapientiae (1954), graduação em Bacharel / Licenciado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1950), graduação em Biblioteconomia – Faculdades Integradas Coração de Jesus-Santo Andre – SP (1978), graduação em Scienze Religiose – Istituto Internaz. Superiore di Pedagogia e Scienze Religiose delle FMA (1960), mestrado em Teoria Literaria pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1975), doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1983) e pós graduação em Psicologia (Psicologia Clínica) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1986). Atualmente é diretora geral – Faculdades Integradas Teresa D´Avila e do Instituto Santa Teresa, de Lorena, SP, e professor assistente doutor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Tem experiência na área de Filosofia, Psicologia e Artes, com ênfase em Literatura, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura brasileira, critica literaria, literatura e semiotica, critica e interpretação, semiotica e religiao, literatura e cinema, literatura e psicanálise.
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Machado de Assis
28/09/08
[De Memórias Póstumas de Brás Cubas]
Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade; advirta que a franqueza é a primeira virtude de um defunto.
Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando, a força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa e a hipocrisia, que é um vício hediondo.
Mas, na morte, que diferença! que desabafo! que liberdade!
Como a gente pode sacudir fora a capa,deitar ao fosso as lentejoulas, despregar-se, despintar-se, desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser!
Porque, em suma, já não há vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos; não há platéia.
O olhar da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo que pisamos o território da morte; não digo que ele se não estenda para cá, e nos não examine e julgue; mas a nós é que não se nos dá do exame nem do julgamento.
Senhores vivos, não há nada tão incomensurável como o desdém dos finados.
{Machado de Assis} – 1839- 1908