Tudo cura o tempo
Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as feições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco que terem durado muito. São como as linhas que partem do centro para a circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco com que já não tira; embota-lhe as setas com que já não fere; abre-lhe os olhos com que vê o que não via; e faz-lhe crescer as asas com que voa e foge.
A razão natural de toda esta diferença é porque o tempo tira a novidade às coisas: descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor! O mesmo amar é causa de não amar, e o ter amado muito, de amar menos.
[Padre António Vieira] – Sermões
há 14 anos atrás
É pq eu naum tinha visto ainda… mas como naum comentar essa maravilha? Palavras sem igual, que nos deixam ensimesmados. Essa foi a matéria da minha primeira aula de literatura na vida… como esquecer? Jamais!!! *-*
há 13 anos atrás
Eu fiquei muito feliz de ter encontrado esse poema tão lindo a anos eu procurava mas não sabia quem lhe havia escrito,somente alguns trechos que um velho amigo me passara!!!!
Obrigada!!!
há 12 anos atrás
u fiquei muito feliz de ter encontrado esse poema tão lindo a anos eu procurava mas não sabia quem lhe havia escrito,somente alguns trechos que um colega de trabalho me passara!!!!
Muito obrigado por escelente post. !!!
há 12 anos atrás
…eu também ouvi esse poema nas minhas primeiras aulas de literatura quando tinha uns 15 anos … realmente dificil de esquecer…
só que tem um detralhe que o tempo, só o tempo me revelou….
esse s trechos não são um poesia apenas… esses trechos revelam uma realidade….